segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Desmatamento faz Amazônia perder 'duas São Paulo' em apenas um ano

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Desmatamento na Amazônia Legal entre agosto de 2013 e julho de 2014 foi quase 10% superior ao do período anterior
Foto: Eduardo Santos
A Amazônia Legal perdeu 3.036 km² de floresta entre agosto de 2013 e julho de 2014, 9,8% a mais em relação ao período anterior. O montante desmatado é equivalente a duas vezes o tamanho da cidade de São Paulo, segundo dados divulgados nesta semana pelo sistema de detecção em tempo real (Deter) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
O mecanismo do Inpe analisa a degradação (desmatamento parcial) e o corte raso (desmatamento total) da floresta nos estados que possuem vegetação amazônica (todos os da região Norte, além de Mato Grosso e parte do Maranhão).
Os números apontados ajudam órgãos de controle e fiscalização. No entanto, para calcular a taxa anual do desmatamento por corte raso na Amazônia, o Inpe utiliza o Prodes que trabalha com imagens de melhor resolução espacial e mostram ainda pequenos desmatamentos. Sua divulgação deve ser divulgada até o fim deste ano.
Imagens divulgadas nesta quinta-feira, 4 de setembro, pela agência Reuters mostram índios da etnia Ka’apor em operação realizada por eles contra madeireiros que agiam no interior da Terra Indígena Alto Turiaçu, no Maranhão.
Em novembro de 2013, esse sistema apontou perda de 5.843 km² de floresta entre agosto de 2012 e julho de 2013, aumento de 28% em relação ao período anterior. O tamanho é equivalente a quase quatro vezes o município de São Paulo.
Junho e julho
Os dois últimos meses divulgados pelo governo foram junho e julho. O primeiro período registrou desmatamento de 535,31 km², enquanto no segundo mês, a floresta perdeu 728,56 km² de vegetação. Nos dois últimos meses do calendário do desmatamento, o Pará foi o estado que mais derrubou vegetação, seguido de Mato Grosso e Rondônia.
Em comunicado divulgado pelo Ministério do Meio Ambiente, o diretor do Departamento de Proteção Ambiental do Ibama, Luciano Evaristo, avaliou que a expectativa é que em setembro os alertas caiam. “Eles (os desmatadores) agora não terão acesso ao dinheiro que financia o desmatamento. Quem estiver derrubando a floresta vai interromper o corte porque não terá como receber pelo trabalho ilegal", ressaltou.
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Indígenas cercam homens que estavam em acampamento montado na Terra Indígena Alto Turiaçu, com a finalidade de desmatar a região
Foto: Lunaé Parracho/Reuters
Com as próprias mãos
Imagens divulgadas nesta quinta-feira, 4 de setembro, pela agência Reuters mostram índios da etnia Ka’apor em operação realizada por eles contra madeireiros que agiam no interior da Terra Indígena Alto Turiaçu, nas proximidades de Centro do Guilherme, cidade com pouco mais de 12 mil habitantes localizada no Maranhão.
O fotógrafo Lunaé Parracho acompanhou um grupo de indígenas na operação, realizada em 7 de agosto. Segundo a Reuters, os índios agiram de maneira independente como forma de protesto à falta de assistência do governo para expulsar os madeireiros ilegais de suas terras.
As imagens mostram os indígenas correndo atrás dos madeireiros, que foram rendidos e tiveram as mãos amarradas. Alguns tiveram parte das roupas retiradas.

Fonte : EcoD

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