quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Programa 'Lixo Zero' combate quem suja as ruas do Rio de Janeiro

O Rio de Janeiro completou um mês de ‘Lixo Zero’, a campanha que aplica multas para quem é flagrado jogando lixo no chão. Não importa o tamanho do resíduo. A multa é aplicada na hora.
Para resíduos pequenos a multa é de R$ 157. Para maiores que uma lata de cerveja e menores que um metro cúbico, o valor sobe para R$ 392. O que for descartado de forma inadequada com tamanho acima de um metro cúbico custará R$ 980. O valor pode chegar a até R$ 3 mil em caso de entulho.
Mais de duas mil pessoas já foram multadas, a maioria no Centro e por pequenos resíduos, como pontas de cigarro. E a cidade já ficou mais limpa: de acordo com a Companhia Municipal de Limpeza Urbana, a quantidade de resíduos no chão diminuiu 50% no Centro e 46% em Copacabana. Ipanema, Leblon, Lagoa, Gávea e Jardim Botânico registraram queda de 42%.
“O plano de ação foi baseado na Lei de Limpeza Urbana, que está em vigor desde 2001. A gente viu que a mecânica dela não era eficiente e fez um planejamento. Quem descumprir a lei vai ter uma punição. O pequeno resíduo parece pouco para cada pessoa, mas quando se soma todos, dá um grande volume”, afirma Vinicius Roriz, presidente da Comlurb.
Apenas no ano passado, foram recolhidas mais de 1,2 milhão de toneladas de resíduos em ruas, praias, encostas e em outros lugares onde não deveria haver lixo nenhum. O equivalente a três estádios do Maracanã repletos de lixo. Pelas contas da Comlurb, foram gastos R$ 600 milhões no ano passado com a varrição de calçadas e a retirada de lixo das praias.
O pequeno resíduo parece pouco para cada pessoa, mas quando se soma todos dá um grande volume"
Vinicius Roriz, presidente da Comlurb
Nas ruas, é difícil encontrar quem seja contra o ‘Lixo Zero’. “Nota dez, excelente, porque nós precisamos ter um país em que as pessoas se acostumem a cuidar mais dele”, elogiou Regina Gimenez, segurança de dados comercial.
Se a mudança de hábitos e comportamentos começa na escola, o desafio da Secretaria Municipal de Educação é do tamanho da maior rede pública do país. Em todas as 1.074 escolas do município, 650 mil alunos já são estimulados a não jogar lixo no lugar errado. Mas a própria secretária reconhece: quando os pais dão o mau exemplo, fica difícil ensinar diferente.
Tóquio: um exemplo de limpeza nas ruas
Não é comum ver lixo nas ruas de uma das maiores megacidades do mundo. Com seus mais de 30 milhões de habitantes, a região metropolitana de Tóquio é limpa. Os moradores sabem que quem gera lixo é diretamente responsável por ele.
O aprendizado começa nos primeiros anos de escola, quando as crianças aprendem a arrumar a sala e limpar a sujeira antes de voltar para casa. E não se encontra latas de lixo nas esquinas, só encontra em frente a supermercados, lojas de conveniência e ao lado de máquinas de refrigerante.
Paris: empenho das autoridades na fiscalização

Com investimentos altos em limpeza e coleta de lixo e uma ampla campanha de conscientização para educar a população, a prefeitura de Paris adotou uma estratégia agressiva de repressão: espalhou milhares de cartazes avisando que poluir é uma infração passível de multa: 35 euros, cerca de 100 reais.
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GNews - Cidades e Soluções (Foto: Reprodução GloboNews)Cartaz orienta população de Paris a não jogar lixo
nas ruas da cidade (Reprodução/GloboNews)
Nas fotos, um refrigerante ou uma pizza, com o preço do lado, e embaixo o valor cobrado de quem joga a embalagem ou a latinha vazia no chão. O mesmo vale para quem faz xixi no muro. Os anúncios lembram que Paris tem 400 banheiros gratuitos e uma lixeira a cada cem metros.
Pouca gente sabe, mas a Champs Élyseés, a avenida mais famosa e movimentada da capital francesa, não tem lixeira. Elas foram todas retiradas há vários anos como uma medida de prevenção a eventuais ataques terroristas. Em 2012,  foram 30 mil multas, um número que não para de crescer graças ao aumento da fiscalização.
Nova York: a cidade que mais produz lixo no mundo

O departamento de limpeza urbana de Nova York já está pronto para manter a cidade limpa antes de o dia amanhecer. O setor de fiscalização tem 212 inspetores espalhados nos cinco distritos da cidade: Manhattan, Queens, Brooklyn, Staten Island e Bronx. Eles são encarregados de fiscalizar as regras municipais e aplicar multas aos infratores.
Nova York é a cidade do mundo que mais produz lixo: 25.260 toneladas por dia. A multa para quem for flagrado pela primeira vez é de US$ 100. Os reincidentes têm punição mais severa. Quem for pego violando a lei três vezes no mesmo ano, terá que pagar US$ 450.
Muita gente ainda não respeita a lei. É difícil flagrar a infração, mas as calçadas sujas mostram que nem todo mundo se preocupa com a limpeza. Por isso, várias cidades e estados americanos adotaram leis semelhantes às de Nova York.

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