O oxibenzona é muito absorvido por meio da pele e uma quantidade pode permanecer no seu organismo
Você já deve ter lido ou ouvido o famoso texto sobre filtro solar que recomenda fortemente a utilização do cosmético. Tem gente que o interpreta de forma metafórica, mas para os que o entendem de modo literal, é bom repensar a respeito das recomendações de sempre usar o filtro solar. Sim, é necessário se proteger, mas é preciso ver quais as substâncias estão presentes no produto, pois algumas delas, como o oxibenzona, podem ser péssimas para a saúde e o meio ambiente.
O oxibenzona é um composto orgânico e um agente que permite a proteção da pele com relação à incidência de determinadas ondas dos raios solares. O problema que envolve o oxibenzona está relacionado com a sua capacidade de penetrar nas camadas profundas da pele - isso faz com que uma quantidade significativa da substância permaneça no organismo.
Onde pode ser encontrado e identificado
O composto orgânico pode ser encontrado na maioria dos protetores solares comercialmente vendidos com fator de proteção maior que 30 e nos protetores de 15 a 30, em hidratantes com fator de proteção, esmalte para unhas, perfumes femininos e masculinos, protetores solares para os lábios, bases, spray de cabelo, condicionador e em alguns xampus, cremes antirrugas, BB creams, loção pós barba e protetores solares para crianças.
Nas embalagens o oxibenzona pode ser identificado como: Oxybenzone, B3, Benzophenone-3, (2-Hydroxy-4-Methoxyphenyl) Phenyl- Methanone, (2-Hydroxy-4-Methoxyphenyl) Phenylmethanone; 2-Benzoyl-5-Methoxyphenol; 2-Hydroxy-4-Methoxybenzophenone; 4-Methoxy-2-Hydroxybenzophenone, Advastab 45; Ai3-23644; Anuvex; 2-Hydroxy-4-Methoxy.
Como o oxibenzona atua
O composto absorve raios ultravioletas do tipo A (UV-A) e do tipo B (UV-B), que compõem 95% da radiação UV. Esse tipo de radiação penetra nas camadas profundas da pele, sendo responsável pelo envelhecimento precoce da pele, pelo bronzeamento rápido e, em alguns casos de desproteção da pele, causa câncer de pele por meio de alterações no DNA. Desse modo, o oxibenzona para proteger do UVA também penetra nas camadas profundas da pele
Efeitos na saúde e no ambiente
Os danos à saúde provocados pelo oxibenzona são diversos: reações alérgicas na pele com protetor solar, desencadeadas pela exposição ao sol, mutação celular, desregulação de processos hormonais e liberação de radicais livres.
Em um estudo para verificar o quanto de oxibenzona seria excretado pelas pessoas que participaram de um experimento, foi possível verificar que, para uma aplicação no corpo inteiro de protetor solar contendo 4% de oxibenzona, apenas 0,4% (11 mg) foi excretado nos dois dias seguidos à aplicação. Ou seja, foram aplicados 2,75 gramas de oxibenzona por meio do protetor solar no corpo de cada pessoa e, devido à baixa excreção, ainda permaneceram no corpo aproximadamente 2,74 gramas de oxibenzona.
A conclusão é simples, tudo o que aplicamos na nossa pele entra sim no nosso organismo. Desta forma, o composto pode sair ou permanecer acumulado. E quando permanece no nosso organismo, ele possibilita o desenvolvimento de doenças.
Pela grande quantidade de oxibenzona que é absorvida por meio da pele, o uso de protetores solares com essa substância deve ser evitado por crianças.
Quando passamos protetor solar e vamos para o mar, estamos liberando os compostos químicos do produto para o oceano. Estudos têm mostrado que milhões de toneladas de filtro solar são liberados no mar todos os anos. Compostos como o oxibenzona estão impactando negativamente corais, algas e até micro-organismos. Nanopartículas dos filtros solares reduzem a atividade de bactérias essenciais para decomposição e renovação da água. Outros nutrientes inorgânicos também são lançados por meio dos protetores solares com o fósforo e o nitrogênio, promovendo o crescimento descontrolado de algas, que podem diminuir a quantidade de oxigênio dissolvido no oceano, provocando uma reação em cadeia que sempre chega ao ser humano de alguma forma - nesse caso, com a redução de pescados de origem marinha disponíveis.
Regulamentação nacional e internacional
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) permite a presença de oxibenzona em produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes. A concentração máxima permitida é de 10%, sendo que, para concentrações acima de 0,5%, deve constar no rótulo a advertência: contém oxibenzona.
O Comitê Científico de Produtos de Consumo (SCCP - sigla em inglês) da Comissão Europeia, baseado em estudos, aponta que a concentração máxima de oxibenzona em filtros solares com proteção ultravioleta deve ser de 6%. Em outros produtos cosméticos com fator de proteção em sua formulação, a concentração máxima deve ser de 0,5%.
Alternativas
Para quem não quer ser exposto ao oxibenzona, opte por filtros solares e por outros cosméticos que te protejam dos raios ultravioletas utilizando óleos vegetais, como o de Camellia sinensis (chá verde), de Coffea arabica e C. canephora (café), Rosmarinus officinalis (alecrim), Aloe vera (babosa), Viola tricolor (amor-perfeito), Matricaria recutita (camomila), Arachis hypogaea L. (amendoim), Cocos nucifera (coqueiro) e de Sesamum indicum (gergelim). No entanto, os óleos vegetais ainda apresentam fator de proteção abaixo do mínimo considerado, que é de FPS 15. Neste sentido, produtos que utilizam óleos vegetais como protetores solares usam também outros potencializadores de proteção para chegar ao fator mínimo, que podem ser químicos naturais ou sintéticos. Por isso, é sempre bom olhar os rótulos dos produtos para verificar se eles contêm compostos nocivos, como o oxibenzona.
Fonte : www.ecycle.com.br
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